Observações não tão de férias, por Alexandre Eggers



Eu estava, de manhã, no Hospital de Clínicas (POA), como paciente, esperando por um exame de sangue. Zona 14 lotada de pessoas, assim como eu, aguardando para serem atendidas. Na minha frente, tinha uma mulher que aparentava ter uns 45 anos com duas filhas: uma delas deveria ter uns 3 anos e a outra uns 5. Era notável a simplicidade da mãe e das crianças, através das vestimentas e do vocabulário. Nesse meio tempo, em que essa família também aguardava, entrou uma criança pequena para a coleta e dava para ouvir o choro dela por todo saguão de espera. Foi o suficiente para a criança que realizaria o exame- a maiorzinha- olhar assustada e com os olhos arregalados para mãe, que tentou acalmar a filha lhe dizendo "se tu não chorar, eu vou te dar um presente, depois daqui". Fiquei com um sorriso bobo no rosto ao ver a cara de felicidade da criança. Logo pensei "nossa, eu escolheria um brinquedo muito legal, para mim" e, mais tão logo, veio o questionamento da menina que me comoveu e me deixou pensativo para o resto do dia "pode ser um pastel de carne, mãe ?".

Alexandre Eggers

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